quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sua falta de ENERGIA pode ser culpa do... Português!

Não. Isso não é piada de português. Tô falando sério.

Sabe quando você percebe que, mesmo comendo carboidratos antes do treino, o entusiasmo falta?
Você acaba pensando:

- Pôxa... Eu comi alimentos "energéticos" e tô assim, de maresia... com vontade de parar o treino. O que será que aconteceu? Quem poderá me ajudar?

Não vai aparecer o Chapolim Colorado aqui. Pode se tranquilizar. A culpa é do Português. Não me refiro àquele seu amigo imigrante que bravamente mantém negócios e gera empregos no Brasil. Este ajuda muito mais do que atrapalha. Eu tô falando da Língua Portuguesa na sua forma coloquial. Na forma falada e praticada.

Olha o que eu achei quando procurei o termo energia no Michaelis:


energia 

Capacidade dos corpos para produzir um trabalho ou desenvolver uma força. 2 Modo como se exerce uma força; eficácia. 3 Qualidade do que é enérgico; resolução nos atos; firmeza. 4 Atividade diligente. 5 Força física. 6 Força moral. 7 Vigor. 8 Força em ação. Antôn (acepções 3, 5, 6 e 7):fraqueza. E. absorvida, Eletr: energia gasta por uma máquina ou mecanismo durante o seu funcionamento. E. a ponto zero: energia cinética remanescente numa substância sujeita à temperatura de zero absoluto. E. atômica, Fís:energia liberada por alterações no núcleo de um átomo (como, p ex, pela fissão de um núcleo pesado por um nêutron ou pela fusão de núcleos leves em mais pesados), acompanhada de perda de massa; também chamada energia nuclear. E. calórica: energia desenvolvida pela ação do calor; energia térmica.E. cinética, Fís: energia mecânica de um corpo em movimento. E. de choque, Fís: energia cinética de um projétil no instante do impacto. E. de escape, Astronáut: energia por unidade-massa que deve ser comunicada ao projétil a fim de lhe ser dada a velocidade de escape. E. de ligação, Fís: energia que mantém juntos os nêutrons e prótons de um núcleo atômico. E. disponível, Fís:parte da energia de corpos ou sistemas que existe em condições tais que teoricamente pode ser derivado trabalho dela. E. elétrica: energia proporcionada pela eletricidade. E. eólia: energia derivada dos ventos. E. específica: energia interna por unidade de massa de um corpo. E. estelar: a) energia interna de uma estrela; b) energia irradiada por uma estrela. E. fornecida, Eletr: energia fornecida por uma máquina ou sistema (a um acumulador, p ex). E. latente: o mesmo que energia potencialE. livreFís:a) parte da energia de uma porção de matéria que pode ser alterada sem variação de volume; b) potencial termodinâmico interno; c) o mesmo queenergia disponível. E. luminosa, Fís: energia transferida por radiação visível ou na sua forma. E. mecânicaFís: capacidade para produzir trabalho. E. megacíclica: energia elétrica de frequência muito elevada. E. nuclear: o mesmo que energia atômicaE. potencialFís: energia de um corpo que depende de sua posição em relação a outros corpos e das forças ativas em relação a um estado normal; também chamada energia latente. E. química:energia liberada ou formada em uma reação química. E. radiante: energia que se propaga em forma de ondas; especificamente, a energia de ondas eletromagnéticas (como as de rádio, raios infravermelhos, luz visível, raios ultravioleta, raios X e raios gama). 

Eu coloquei pequenininho pra ocupar menos espaço, mas não perca seu tempo. Eu já chequei. Em nenhum lugar deste texto energia se traduz em entusiasmo. Nem mais em nenhum outro lugar que eu tenha procurado. Sabe o porquê? Simples! É porque são coisas diferentes.

Quando falamos que os carboidratos, assim como as gorduras, são alimentos energéticos, estamos nos referindo a esta capacidade de servir como fonte de energia, como combustível para que nosso corpo possa exercer suas funções. Não estamos falando sobre entusiasmo.

Já viu como você fica depois de comer uma macarronada? Ou um bocado de pão com manteiga? Fica super eletrizado e com vontade de sair correndo ou se sente tremendamente satisfeito e relaxado, com vontade de fazer... mais nada?! Em geral, impera a segunda opção. Isso acontece porque, quando ingerimos alimentos de alto índice glicêmico, acabamos produzindo um bocadão de serotonina, o neurotransmissor responsável pela satisfação (e não felicidade, como muitos dizem por aí).

Neste momento você pode pensar:

- Mas isso não é bom, Adolfo? Sentir-se satisfeito é ótimo!

Seria mesmo... se durasse. Não dura. É efêmero. Pior ainda: passa logo e dá uma vontade doida de curtir esse barato de novo... e lá vai você atrás de mais carboidratos simples, no caminho de virar uma baleia se arrastando pelo chão e cheia de doenças metabólicas. Caminho para o fundo do poço.

Agora relaxe um pouco. É claro que eu estou falando em excessos e tipos de carboidratos específicos. Além disso, há um outro tanto de elementos envolvidos aqui, como a irritabilidade intestinal pelo glúten, dentre outros. Não estou falando mal de carboidratos, como alguns podem pensar, às vezes. Eu só quero alertar você pra uma coisa: comer açúcares não vai te dar ENTUSIASMO. No máximo, você vai ter um pulso rápido de euforia, seguido por uma sensação de que não precisa fazer mais nada e, depois, que precisa comer mais ainda estes alimentos.

Modere-se e procure ajuda profissional para organizar sua alimentação. Não fique tentando fazer sozinho! Estamos aqui pra isso.

Só mais um lembrete, para provocar um pouco. A fonte de energia primária e principal para os seres humanos, nos últimos 200.000 anos foi, e ainda é... a GORDURA ANIMAL.

EAT BUTTER!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Você é o que Come?

Este texto é uma contribuição da nossa colaboradora Aline Del Raso, psicóloga que também participa da equipe Sallus - Saúde Integrada.

O comportamento alimentar tem bases biológicas, sociais e psicológicas. A primeira delas fala acerca da necessidade fisiológica de se alimentar, que é regulada por fatores endócrinos, metabólicos e neuronais, existindo estruturas cerebrais, tais como o hipotálamo (saiba mais aqui), que regulam as sensações de fome, sede e saciedade. A segunda nos lembra dos padrões de beleza e saúde instituídos a cada 10 anos ou a cada mudança de século, o que faz com que boa parte da sociedade trace uma busca implacável por um objetivo, muitas vezes, imposto socialmente, e distante do verdadeiro desejo de cada um. Por último consideraremos os fatores psicológicos que são os determinantes para a manutenção de um determinado comportamento alimentar, ou para uma mudança que passe por uma aceitação profunda do sujeito e uma efetiva motivação para alcançar melhor uma qualidade de vida.


A escolha por uma alimentação saudável não depende apenas do acesso a informações nutricionais adequadas. O comportamento alimentar costuma ser regulado pelo prazer que os alimentos proporcionam, e são as atitudes aprendidas desde muito cedo, na família e na sociedade, que determinam a forma como cada indivíduo se alimenta. É possível afirmar que boa parte das pessoas ainda não conseguiu desenvolver a capacidade adequada para lidar com as suas próprias emoções tendendo a traduzi-las como fome. Muitas vezes o mal estar que não pode ser descrito em palavras é literalmente engolido e substituído pelo prazer que vem de fora, proporcionado, muitas vezes, pela comida.  Logo, podemos dizer que você não é o que come, você come aquilo que você não consegue digerir psiquicamente.

Assim, antes de modificar o comportamento alimentar na tentativa de alcançar os padrões de beleza impostos pela sociedade é preciso cuidar do significado do ato de comer, nesse sentido algumas perguntas podem ser feitas: Para que eu como? O que eu compenso com a comida? Como o meu ato de comer fala de mim? Caso essas questões tragam reflexões ou algum incômodo é possível que comer não seja apenas um ato de nutrir o seu organismo. Nesse caso é aconselhado que haja um cuidado maior no entendimento da formação da sua identidade pessoal, que inclui aspectos neurofisiológicos, pessoais e sociais, assim como da sua consciência acerca do seu corpo e da sua existência.

Nesse sentido, emagrecer pode ser um ato de amor para consigo, mas pode se tornar um momento de intenso sofrimento. O que costuma ser decisivo na forma como se encara o processo é o nível de aprofundamento que se tem a respeito de si mesmo, a auto-estima, o suporte interno e o acompanhamento de profissionais qualificados e sensíveis.


Cuide de si com amor e responsabilidade. 

Aline Del Raso
CRP 03/03579
alinedelraso@yahoo.com.br

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Temos que nos adequar à dieta de nossos ancestrais

Este texto é uma contribuição do nosso colaborador, o Nutricionista Junior Brito, lembrando brevemente a necessidade de se adequar a dieta Paleo aos dias atuais.

O período Paleolítico, conhecido como idade da pedra lascada foi um tempo onde a maior descoberta foi o fogo, que contribui para a humanidade até os dias atuais e a construção de ferramentas para caça e defesa. Os habitantes deste período eram nômades, pois ainda não havia a prática da agricultura e essa mudança de localidades se aplicava a sazonalidade de frutas e vegetais, porém esses não eram sua principal fonte de alimento. A caça, principal responsável pela sustentação alimentar, era a principal fonte de sobrevivência nutricional.

A alimentação desta época era algo intrigante se comparada com os parâmetros de alimentação saudável dos dias atuais. Gordura e proteína, provenientes de caça, eram o que proporcionava sustentação e nutrição para os indivíduos deste período e, como complemento, vegetais (frutas, verduras...) que cresciam na época (sazonais). A composição corporal dos hominídeos paleolíticos era de baixo percentual de gordura.

Como indivíduos que se alimentam principalmente de gordura animal conseguem tal feito? Este foi o questionamento dos estudiosos da dieta dos nossos ancestrais. A dieta paleolítica foi estudada e aplicada nos dias atuais com resultados alarmantes: redução de peso (gordura), hipertrofia muscular, diminuição dos riscos por alimentação rica em carboidratos. Estes não devem ser ignorados, porém como devemos adequar aos dias atuais? Como fazer dieta paleolítica?

A dieta paleolítica pode e deve ser adequada aos dias atuais pois alguns fatores evolutivos impedem a aplicação fidedigna, ou alguém ainda caça pra viver nas grandes metrópoles? Não somente nós nutricionistas como também profissionais de saúde em geral deve atentar pra essa vertente e utilizar como ferramenta e estratégia nutricional para aplicar em seus pacientes. Os benefícios podem ser surpreendentes!


Nutricionista Júnior Brito
junioreco@hotmail.com

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

6 Coisas Que Você Tem Que Fazer Para Ter Uma Saúde Fenomenal

Toda hora eu vejo um bocado de dicas de saúde em tudo quanto é canto.



Isso me deixa feliz pelo fato de perceber que as pessoas estão dando atenção à necessidade de se cuidar (se não houvesse demanda pelo tema, ninguém estaria escrevendo sobre ele) mas, ao mesmo tempo, me deixa triste perceber uma falta de foco imensa, onde se atira pra todos os lados, deixando todo mundo confuso.

O que quero dizer é simples: cuidar da saúde é, fundamentalmente, simples. Não há necessidade, a princípio, de se tomar o chá da flor azul da montanha escura nos confins  do deserto de Gobi, que floresce apenas 1 dia por ano, aleatoriamente, à noite, feito com baba de dromedário albino cego.(!!!) Tem gente inventando um bocado de presepada, com fins exclusivamente comerciais.

Muito material divulgado é útil. Não tô aqui dizendo que nada seja. Na verdade, percebo que a grande maioria do material é bem intencionado pra caramba! As falhas são mais técnicas e de apelo, do ponto de vista do marketing. Os melhores materiais quase sempre têm um marketing fraco. Alguns poucos materiais bons são bem divulgados. Muitos materiais bem difundidos são muito bem intencionados, mas contêm falhas técnicas que comprometem os resultados de quem os venha a seguir. Boa parte disso tudo é, simplesmente, culpa da complicação.

A idéia é que a saúde se desenvolve em cima de uma fundação que tem 6 elementos principais: dormir, respirar, comer, beber água, fazer cocô e fazer xixi. Se realizarmos estas 6 funções direitinho, teremos uma saúde básica fenomenal. Esta é a base sobre a qual desenvolveremos todo o resto. Exercícios, trabalho, relações humanas, sexo, estudo e todos os outros aspectos que a saúde envolve, se estruturarão em cima dessa base. Isso é simples... a princípio.

A dificuldade está em compreender que precisamos realizar estas 6 funções com o mesmo grau de atenção, dando a mesma importância. Nossa cultura nos fez elevar, sobremaneira, o valor do ato alimentar, em detrimento dos outros 5. Isso é um erro. Hoje em dia, nos reunimos para comer E fazer algo, e não para fazer algo e, se houver necessidade, comer alguma coisa. Nos reunimos em torno do ato alimentar, transformando as celebrações em come(r)morações (me permitam a licença poética). Ao mesmo tempo, negligenciamos o sono para realizar isso ou aquilo, "prendemos" o xixi para não perder tempo, nem lembramos que respiramos, fazemos cocô se der e como der, esquecemos de beber água e por aí vai.

Você convida amigos para sua casa e a primeira preocupação que surge é: o que vamos servir? Caramba! O foco deveria ser o porquê da reunião. O ponto mais importante deveria ser garantir o conforto do encontro e a viabilidade do diálogo, a manutenção de um ambiente agradável e seguro. Ao invés disso, nos preocupamos com o que comer. O pessoal não tem comida em casa não?! (HAHAHA!)

Não tenho nada contra as pessoas se encontrarem para comer, o problema é que nós temos feito isso demais ultimamente. Você já tentou fazer uma reunião de trabalho em um almoço? Consegue conversar de boca cheia? Acredito que não. Nunca é produtivo. É um desvio de foco. Por que não almoçar E, DEPOIS, fazer a reunião? Ou o contrário. Faria mais sentido pra não ser mal educado cuspindo farofa na cara dos outros.

Até encontros de pessoas com finalidades supostamente saudáveis, como aquele futebol dos amigos no final de semana, está sendo organizado em torno de cerveja e comida. O jogo vai até perdendo a importância diante das atrações gastronômicas e da birita.

Brincadeiras à parte, precisamos entender que estas 6 funções, puramente fisiológicas, precisam operar equalizadas, em igual valor e importância (não frequência), para que possamos desenvolver uma saúde que valha a pena.

Parece complicado, mas é simples... desde que estejamos dispostos. A nossa falta de disposição em nos equalizar é que torna a execução trabalhosa, mas vale a tentativa. O quanto se conseguir, já é lucro.

Vamos começar?