terça-feira, 17 de maio de 2011

"Meu peso ideal é X quilos." - taxativamente.

Num adianta se esticar...
Essa frase é tão comum no consultório que se eu ganhasse R$1,00 para cada vez que a ouço, ficava milionário bem rapidinho. Muita gente chega já dizendo isso, quase sempre com um complemento:

"É o peso que eu tinha antes da minha primeira gravidez."
Ou:
"É o peso que eu me sinto bem
."
Às vezes é:
"É o peso que eu tinha quando me casei."
E tem até:
"Porque, por TODOS OS CÁLCULOS, este É o peso que eu tenho que ter para a minha altura."

Vamos lá pessoal. O grande problema do peso ideal, mas IDEAL mesmo, é somente um: nós, da área de saúde, quer sejamos de quaisquer especialidades, não temos um método perfeito e preciso para calcular o tão falado e famoso personagem dos sonhos e pesadelos de vocês.

Os métodos disponíveis podem, no máximo, estimar com uma margem de erro ou definir uma faixa aonde estará inserido o seu peso ideal. Sei que você deve estar pensando: "mas como pode ser isso? Hoje em dia a Medicina e a Nutrição estão tão avançadas!" Ao passo que eu te responderia: "Você não sabe quanta coisa nestas áreas é feita por aproximação, faixas probabilísticas e analogia."

Então devemos ficar deprimidos e pensar que não temos norte a seguir? A resposta é NÃO.

Afirmando o que eu disse lá em cima eu não estou propondo que joguemos fora todos os métodos e cálculos que desenvolvemos ao longo dos anos. Eles não são, nem de longe, inúteis. Só não oferecem o nível de precisão que, muitas vezes, aparentam oferecer. Aceite, apenas, que eles não indicam um ponto exato, mas dão idéia de onde ele está. A busca deste número mágico, que com certeza existe à revelia de nossa incapacidade de encontrá-lo com exatidão, passa por ponderações que só os profissionais realmente dedicados ao trabalho com o equilíbrio do organismo humano são capazes de realizar a contento.

Além de tudo isso, tenho uma proposta pra você: ESQUEÇA SEU PESO.

Isso mesmo! A não ser que o danado esteja tão diabolicamente excessivo que te cause males ortopédicos e cardiopulmonares, esqueça-o. Saiba que a circunferência abdominal define muito mais seu perfil de saúde que o peso. Veja só isso:
Titio Arnold, no auge da sua carreira, pesava 118Kg e tinha 1,88m. Calculando seu IMC (Índice de Massa Corpórea), nós chegamos à espantosa marca de 33,39Kg/m2! Isso representa OBESIDADE GRAU 1! Agora olha a criança! Olha a foto do rapaz! Tava gordo o mizerável?
Tio Arnold

Se lembrem bem de uma coisa: o que mais importa, o que nós mais conseguimos perceber de fato, até agora, com muito trabalho e pesquisa, é que a gordura visceral, aquela dentro do abdome, interfere muito mais na nossa saúde. É ela que estraga a brincadeira e nos aproxima de muitas doenças e perda de qualidade de vida. Se você é homem, tente mantê-la abaixo de 94cm. Se é mulher, fique com ela abaixo de 82cm. Mesmo estes números são apenas norteadores, e vão variar de pessoa para pessoa. No consultório a gente afina esse instrumento, OK?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mudar

Mudar, mudar, mudar...
Falamos um pouco sobre isso no post passado.
Toda vez que falo nisso, as pessoas tremem.
Dá um branco, uma palidez à la Vanish poder O2, e vem os comentários:
"Mas eu sempre fui assim!"
"Não tem como eu ser diferente."
"Como é que eu vou deixar de..."
E por aí vai.
Mudar dói? Aleija? Mata? Derrete? Sei lá, qualquer coisa! Mudar é realmente esse bicho de 7 cabeças?

A resposta é simples: "É."

Calma. Calma... Não se desespere ainda e largue esse pedaço de tijolo. Seu monitor não merece isso, e nem minha cabeça. Eu não posso mentir pra você. Se mudar fosse fácil, tava todo mundo muito melhor do que está, nos mais variados aspectos. Em forma, com hábitos saudáveis, finanças e relacionamentos em dia e profissionalmente realizados, ou pelo menos muito de tudo isso. Mudar é difícil mesmo e devemos tentar compreender um pouquinho o porquê.

Temos dificuldade de mudar porque temos medo. O ato da mudança significa sair de um estado conhecido (mesmo que ruim) para outro desconhecido (que acreditamos, mas não temos certeza, que será bom). É uma decisão difícil para quem sente-se "confortável" com a situação que vive. Este "conforto" é comum, pois as pessoas tendem a se acostumar com tudo que é previsível e mensurável (mesmo que seja tudo uma droga). Observe que tudo acaba caindo na idéia do comodismo, ou seja, não queremos mudar porque temos medo E temos medo porque tendemos a ser acomodados. Que feio, né?

É horrível mesmo, mas é real. Se você não acredita, reflita, pois apenas um pequeno e seleto número de casos fica fora dessas determinações. Assuma sua situação pois esta é a melhor maneira de começar a encontrar e corrigir as falhas que te ajudaram a ter coragem para sair da "zona de conforto".

Coragem. Como diz o DVD que minha filha assiste "coragem, é o contrário do medo..." Coragem possibilita e induz à tomada de atitude. Com a dose certa de coragem, podemos enfrentar qualquer oponente (e pra vencer as batalhas, precisamos de bom-senso).
Para encontrar a coragem precisamos confiar em nós mesmos. Nos posicionar diante dos problemas com firmeza, cabeça erguida, mantendo a capacidade de enxergar além, para sabermos como abordar, de forma eficiente, estes mesmos problemas. Com uma boa percepção do todo, fica menos difícil determinar que forças agregar e como distribuí-las neste tabuleiro. Daí virão as atitudes.

Ufa! É muita coisa! É bem complicado e trabalhoso. Por tudo isso, a ajuda profissional sempre é bem vinda. Conselhos e orientações servem para que consigamos sucesso onde outros falharam, para que possamos evoluir.

Esteja atento(a) às barreiras e dificuldades que a vida te traz, para que possa perder o medo de posicionar-se diante delas e consiga agregar a coragem para tomar as melhores atitudes. Seja PROTAGONISTA DE SUA VIDA, e mude sempre, cada vez mais, para melhor.